Contado por Ellen Michaud
Dor é um saco!
Enquanto eu lentamente começava atravessar a sala, uma dor fulminante invade meu joelho, corre pelas minhas costas e termina no meu pulso. “Oh, que ótimo!” Resmunguei para Rufus, meu preocupado pequeno poodle, que me acompanhava bem atrás das minhas novas muletas.
Dou uma parada e mexo um pouco minha mão para relaxar. “Agora minha mão está muito dormente!”
Felizmente, não há ninguém por perto, além dos cães, para ouvir minhas queixas mal-humoradas. Meu marido correu para a academia e, se for esperto, vai dar uma boa e longa parada no mercado para escolher algumas frutas.
Eu desisto de tentar sentir minha mão novamente, seguro minhas muletas da melhor maneira possível – aliviando o peso do meu joelho ruim, e volto a andar. “O-o-o-oo...”
O gemido inconsciente enferruja ainda mais a triste cacofonia com que eu me cerquei. Como uma mulher ativa, com lugares para ir e pessoas para ver, não estou lidando bem com minha lesão. Eu tenho livros para escrever, entrevistas para conduzir, planos para realizar, uma casa para administrar, cachorros para alimentar, um jardim para cuidar e uma família que precisa de amor, uma mente prática e um ombro amigo.
Hoje, nada disto está sendo feito. Em vez disso, eu me arrasto pela sala em direção a cozinha com meu poodle cada mais preocupado me observando. Viro-me para tranquilizá-lo e descubro que meu, igualmente preocupado, Bulldog Francês também está me seguindo.
Fantástico. Agora somos uma linha indiana.
Me esparramo numa cadeira da cozinha. Enquanto minhas costas me deixam quase inválida e uma dor aguda corta meu joelho, um leve grito de dor sai sem que eu perceba. Então, movimento de novo minha mão dormente e alcanço o café na mesa.
Contemplando o sol da manhã pela janela, me dou conta que eu mesma me coloquei nessa situação. Eu havia decidido forçar mais nas minhas aulas de natação para queimar mais calorias e fortalecer minha coluna – o que parecia muito bom. Fui com cuidado. Contratei uma fisioterapeuta que também era nadadora profissional. A rotina proposta por ela era vencedora. Infelizmente, ela não tinha como prever que eu perderia a atenção por um instante e a bóia (do tipo macarrão) debaixo dos meus pés iria ricochetar para cima e rasgar um pedaço da cartilagem do menisco no meu joelho.
“Uau!” Cheguei até a pensar que poderia tranquilizar minha treinadora. Meu joelho não se movia tão livremente assim desde que eu era uma menina.
Vinte e quatro horas depois eu estava mancando. Uma semana depois estava no consultório do meu médico e, no dia seguinte, estava numa cadeira de rodas analisando alguns radiografias tenebrosas com um ortopedista. A prova era clara. Uma infância pulando e correndo nas calçadas com tênis inapropriados (meus velhos Keds) – antes da alta tecnologia de absorção de impacto, chegou ao seu ápice: eu estava com metade da cartilagem que Deus havia posto em meus joelhos.
Agora, o menisco – um importante pedaço de cartilagem que impede os ossos de rasparem um contra o outro e, também, de saírem do lugar, tinha soltado e parado na articulação. Naturalmente, os quilos extra que ganhei ao longo dos anos não ajudaram em nada – como meu ortopedista fez questão de me fuzilar. “Seus joelhos estão um caco,” ele disse resumidamente enquanto me encaminhava para o andar de cima – reabilitação ortopédica. “Você precisa perder peso antes de perder mais cartilagem,” completou.
Lamentando, tive que concordar com ele. Se eu não tirasse peso dos meus joelhos, minha vida seria um mar de dor.
No dia seguinte, bani queijos e salgadinhos da minha cozinha e pedi ao meu marido para encher a geladeira com peixes, vegetais e frutas. Um cereal de aveia com baixo teor de gordura foi colocado no armário.
Também fui para a fisioterapia. Anna, minha fisioterapeuta, foi a especialista que me tirou da cadeira de rodas e me colocou nas muletas em uma hora. Ela também me passou exercícios para fortalecer as pernas – de forma que trabalhassem em volta do menisco machucado sem danificar ainda mais a cartilagem. Anna me encorajou a retornar para a natação o mais rápido possível. Os exercícios manteriam minhas costas fortes enquanto recupero meu joelho. Uma vez que eu voltasse a ser uma mulher completa novamente, poderia voltar para a Curves.
Bem, por agora, fui até uma loja comprar minhas próprias muletas; Anna me deu as ferramentas que precisava para conviver e me recuperar da lesão. E, a dor me deu a motivação que precisava para seguir firme numa dieta.
Nem a fisioterapia, nem a dieta são fáceis; mas, eu venho de uma longa linhagem de mulheres fortes. Elas passaram por guerras, depressões financeiras, epidemias, pela morte de crianças e pelos caprichos dos homens.
Eu posso fazer o que precisa ser feito. Já tomei minha decisão.
Fonte: http://www.curves.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário